Caminhámos por esses regaços velhos, esses cântaros vadios. Eu de cinzas a tiracolo, tu algures, algures nos céus ou nos universos - conforme as sortes - tentando pesar pouco, pesar uma vida cortada ao meio.
E como é que isso se faz? Quando estás reduzido a cinzas e eu não sei porque é que devo continuar a agir como se todas as injustiças do mundo fossem importantes.
E eu quero uma vida velha, velha que me leve atrás na flecha do tempo, esculpi-la para que vá de marcha à ré e possamos começar onde nunca pudemos começar; repensar tudo o que devia ter sido repensado.
Choro por todas as palavras que ficaram por dizer. Foram muitas. Muitas e os teus olhos, que deitavam faúlhas lancinantes de tristeza porque foste obrigado a ir embora. E olhas-me. E olhas-lhe. E sabes. Que nada podemos fazer, a não ser limpar-te as lágrimas e fingir que os sons guturais emanados da tua garganta querem dizer alguma coisa.
Esperaste por mim. E era essa a pergunta que eu precisva de ver respondida.