12/02/2011
Esquerdo-Direito...
O lado esquerdo não me deixa dormir. O lado direito não me deixa serenar. E, na realidade, precisam de conviver. Não acredito em segundas oportunidades, porque esse tempo passou, muitos sóis se puseram e supernovas morreram. Entretanto, mais filas de aeroportos me aguardam, desta feita numa viagem de ida que não queria tão só.
E encontro-me contrariadamente só pela primeira vez, enquanto aguardo algo que nada trará de novo e não mudará coisa alguma. Ainda assim, aguardo. Porque o lado direito, ainda que me faça sofrer, também é aquele que me faz sonhar e sentir e ser holístico.
Venham os vendavais, meu amor perdido. Que ainda aqui estarei, depois de nos termos esquecido definitivamente. Nesse dia, rumarei a sul sem mágoas ou remorsos, apenas uma impressão de copo meio-vazio que terei de preencher. E já não terás de fugir, nem de mim, nem de nada. Seremos dois corpos apartados pelas leis inapagáveis do universo. Mas também seremos dois corpos menos capazes de sorrir, tenho a certeza. Menos capazes de sorrir e olhar com cumplicidade.
Mas eles que venham, os vendavais. E enfrentá-los-emos, cada um em seu repouso, cada um deitado em corpos estranhos, e cada um sorrindo menos calor.
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