Eis-me em Berlim. De novo. E, desta feita, com um lastro pesado e denso. Em frente, um mundo de incertezas, a descoberta de um espaço novo, gente ligeiramente hostil, apesar de interessante, apesar do prestígio, apesarapesarapesarapesar...
E tudo o que fica aqui dentro. Nunca para trás. Nunca alguém como a a. (pegaste-me esta coisa das iniciais; adoro), que me deixou a chorar. Nunca alguém como a m., o z., o a., o g., a a. (outra a.) ou a x.. Nunca alguém com a d. e o c. Nem o r. e a j. (e outra a., pequenina e encaracolada...). Vocês nunca ficam para trás. Estão sempre no meu futuro, porque esta viagem, de garganta e coração apertado, nunca poderia ser somente de ida. Ao contrário do que disse, muitas vezes, no auge da fúria, no paroxismo da frustração, a minha casa são vocês todos. E eu nunca poderei sair dessa casa.
Até já.
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03/04/2011
26/03/2011
É fácil trocar as palavras. Difícil é interpretar os silêncios.

"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo."
E eis que me vejo a ler Pessoa. São momentos da vida.
12/02/2011
Esquerdo-Direito...

O lado esquerdo não me deixa dormir. O lado direito não me deixa serenar. E, na realidade, precisam de conviver. Não acredito em segundas oportunidades, porque esse tempo passou, muitos sóis se puseram e supernovas morreram. Entretanto, mais filas de aeroportos me aguardam, desta feita numa viagem de ida que não queria tão só.
E encontro-me contrariadamente só pela primeira vez, enquanto aguardo algo que nada trará de novo e não mudará coisa alguma. Ainda assim, aguardo. Porque o lado direito, ainda que me faça sofrer, também é aquele que me faz sonhar e sentir e ser holístico.
Venham os vendavais, meu amor perdido. Que ainda aqui estarei, depois de nos termos esquecido definitivamente. Nesse dia, rumarei a sul sem mágoas ou remorsos, apenas uma impressão de copo meio-vazio que terei de preencher. E já não terás de fugir, nem de mim, nem de nada. Seremos dois corpos apartados pelas leis inapagáveis do universo. Mas também seremos dois corpos menos capazes de sorrir, tenho a certeza. Menos capazes de sorrir e olhar com cumplicidade.
Mas eles que venham, os vendavais. E enfrentá-los-emos, cada um em seu repouso, cada um deitado em corpos estranhos, e cada um sorrindo menos calor.

10/02/2011
Para onde vais, Pablito?

SI TÚ ME OLVIDAS
QUIERO que sepas
una cosa.
Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.
Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.
Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.
Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.
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