13/12/2010

Get busy living or get busy dying



Entretanto, decidi voltar a tentar. Sem alaridos ou tentativas desarmantes. Tentar, apenas tentar. Para que uma ponte, e outra, se possa reerguer. E, talvez, ser um bálsamo. É que ser humano algum pode viver debaixo da ilusão de uma tempestade. Mesmo que seja uma ilusão flagrante e demente, não fomos construídos para sobreviver desse modo. Se assim fosse, teríamos dois corações e um pulmão; dois cérebros e um rim. Mas não temos. Não tenho. É justo que precisemos de astrolábios e sextantes, quando o mundo está escuro. E que esses astrolábios cortem e esfacelem. Ou que esses sextantes desmembrem memórias e as desfaçam em chamas. Mas não precisamos de estilhaçar mais nada; o que havia a perder está perdido e tão quebrado que não poderia ser reconstituído, ainda que todas as vontades divinas, Deus, YWHW, Allah, Odin, Amaterasu, Shiva, se unissem.

E sigo um caminho que termina curvo, ligeiro ponto interrogador. Não sei para onde me leva. Gostava que passasse por uma cidade italiana, para depositar um último olhar - coisas que talvez não se tenham estilhaçado por completo (é do vento, que me engana). E que me deixasse parar em Lumbini, Alice Springs e uma vilória qualquer nos Himalaias.

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