02/11/2010

Que a tempestade não me ache só


Salas cortantes de corredores frios e inexpugnáveis. Penso que estou trancado num conto de Allan Poe. E que nem a chegada de uma chave secreta (vem demasiado tarde - é que nem todas as chaves abrem portas de pedra) porá fim a um caminho que adivinho longo.

Mas, pela primeira vez, não será só. Noto ventos diversos, desta feita. Que me empurram, feitos alísios ou mistrais (confesso, só lhes bebo o nome, não reconheço especificidades técnicas), rumo a um destino.

Ainda que busque esse Sang Réal, e me iluda com a sua existência (é de tanto pontapé na pinha, acabamos por alucinar), espero ficar saciado em breve. E conformar-me com uma evidência: a de que o carinho nada pode contra a inércia e o desprezo. Um terço da vida até percebermos isto não é assim tanto, pensando bem.... recordando Thoreau.

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